Em Live polêmica: Bolsonaro rebate denúncia no STF e movimenta leilão milionário com capacete autografado
Na última quinta-feira (20), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube para celebrar seus 70 anos. O evento foi marcado por declarações contundentes sobre as acusações que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF), um leilão de um capacete autografado e a presença de figuras próximas, como o advogado Paulo Cunha Bueno e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho.
Bolsonaro se defende de acusação de tentativa de golpe
Bolsonaro aproveitou a live para rebater as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de envolvimento nos atos de 8 de janeiro. O ex-presidente reiterou que estava nos Estados Unidos no dia das manifestações e classificou as acusações como “forçação de barra enorme”.
Seu advogado, Paulo Cunha Bueno, também criticou o documento de 272 páginas da PGR, chamando-o de uma “narrativa sem provas concretas”. Bueno argumentou que as manifestações em Brasília foram fruto de insatisfação popular com o resultado das eleições e não configuram tentativa de golpe de Estado. Além disso, ele afirmou que a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi obtida sob pressão psicológica.
Ação contra Moraes na OAB
Durante a transmissão, foi revelado que as defesas de Bolsonaro e de outros investigados, como o general Walter Braga Netto, entraram com uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo os advogados, o inquérito conduzido por Moraes apresenta supostas ilegalidades, como a falta de acesso integral às provas.
O presidente da OAB, Beto Simonetti, afirmou que a entidade está comprometida em defender as prerrogativas de qualquer advogado que alegue violação em sua atuação.
Leilão arrecada R$ 36 mil
A live também contou com momentos de descontração e marketing. Bolsonaro promoveu o leilão de um capacete autografado da marca Bravo, empresa que fundou em parceria com Flávio Bolsonaro. O item foi arrematado por R$ 36 mil por um apoiador de Goiânia, identificado como Leandro.
STF mantém ministros no julgamento de Bolsonaro
Ainda na quinta-feira, o STF concluiu o julgamento de quatro agravos apresentados pelas defesas de Bolsonaro e Braga Netto. A corte rejeitou os pedidos para afastar os ministros Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin do caso.
O ministro André Mendonça divergiu, argumentando que Moraes, como alvo do grupo investigado, poderia ter interesse direto no processo. Ele também destacou que Dino já havia movido uma ação contra Bolsonaro no passado. No entanto, a maioria do plenário entendeu que não havia provas concretas de parcialidade.
O presidente do STF, Roberto Barroso, reforçou que as alegações das defesas eram genéricas e não apresentavam evidências suficientes para justificar o afastamento dos ministros.
Esquema de segurança reforçado para julgamento
Com o julgamento marcado para a próxima terça-feira (25), o STF anunciou medidas de segurança reforçadas. Em nota, o tribunal informou que haverá controle rigoroso de acesso, monitoramento do ambiente e policiamento reforçado para garantir a ordem durante a sessão.
Os denunciados, incluindo Bolsonaro, enfrentam acusações graves, como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Caso a denúncia seja aceita pela Primeira Turma, eles passarão a responder como réus no processo.
A live do ex-presidente, que combinou celebração, polêmica e mobilização de apoiadores, reforça o clima de tensão política em torno do julgamento no STF, um marco que pode definir os rumos da carreira política de Bolsonaro e de seus aliados.
