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Quem foi Leão, primeiro Papa a usar nome do novo líder da Igreja Católica

Seu pontificado, que começou no ano 440, teve várias primazias. Foi o primeiro papa a ser chamado “Magno” e um dos dois únicos pontífices a receber o título de “Doutor da Igreja”.

O novo papa adotou o nome Leão XIV, o que indica uma continuidade do legado de Leão, primeiro a adotar esta nomeação.

Robert Francis Prevost foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais – dois terços dos eleitores do conclave – e será o sucessor do papa Francisco na Cátedra de São Pedro.

Quem foi o primeiro papa Leão?

Leão I, conhecido como Leão Magno, foi o 45º papa da Igreja Católica. Ele assumiu o papado em 29 setembro de 440, iniciando um pontificado que seria marcante para a centralização do governo da Igreja Romana. O pontífice permaneceu no cargo por 21 anos.

Um dos episódios marcantes de seu pontificado foi o enfrentamento que fez a Átila, líder dos hunos, em 452. O encontro ocorreu perto de Mântua, no rio Mincio. Segundo a história, após a conversa, Átila teria desistido de invadir Roma.

Três anos depois, Leão interveio novamente a favor de Roma. Desta vez, enfrentou os Vândalos liderados por Genserico. Graças à sua atuação, Roma foi saqueada, mas não incendiada. As principais basílicas da cidade permaneceram intactas.

Além de pacificador, o papa se destacou na defesa da doutrina. Foi ele quem influenciou o Concílio de Calcedônia, que definiu a natureza humana e divina de Cristo e rejeitou a heresia de Eutiques. Naquela época a Igreja vivia uma crise.

Leão foi o responsável por escrever o ‘Tomo de Leão’, uma carta enviada por ele ao patriarca de Constantinopla, Flaviano. O documento explica como Cristo tem duas naturezas, uma humana e ourea divina, que não podem ser dissociadas. Durante o Concílio de Calcedônia, em 451, o documento foi aceito como uma explicação doutrinária da pessoa de Cristo.

O cardeal Robert Francis Prevost, anunciado como papa Leão XIV, aparece na sacada da Basílica de São Pedro após o conclave — Foto: Yara Nardi/Reuters

A carta defende que Cristo não era de natureza humano, mas sim “o Verbo feito carne”, ou seja, viveu em um corpo que foi criado diretamente para esse propósito, e não um corpo verdadeiramente derivado do corpo de sua mãe. É este documento que explica que o Espírito Santo tornou a Virgem Maria fértil e, a partir daí, fez surgir um corpo real a partir dela.

Leão Magno também reforçou a primazia de Roma e escreveu cerca de 100 sermões e 150 cartas. Ele incentivou ações de caridade em meio à crise e desigualdade na capital. Assim, o novo papa demonstra, ao escolher o legado de Leão, que também tem pretensões de unificar a Igreja e lutar contra a desigualdade.

Durante o seu pontificado, Leão I enfrentou a descentralização do poder, onde a autoridade papal estava amplamente delegada aos bispos de cada diocese. O bispo de Roma já era reconhecido como o principal patriarca da igreja ocidental, mas a influência direta do papa sobre as dioceses era limitada.

Sentindo sua primazia ameaçada, Leão apelou ao imperador Valentiniano III, que emitiu o decreto de 6 de junho de 445. Este decreto reconheceu a primazia do bispo de Roma, baseando-se nos méritos de São Pedro, na dignidade da cidade de Roma e na legislação do Primeiro Concílio de Niceia. De acordo com o documento, o “Papa desfruta, por instituição divina, de poder supremo, pleno, imediato e universal no cuidado das almas”.

Leão I foi o primeiro papa a ser chamado “Magno” e um dos dois únicos pontífices a receber o título de “Doutor da Igreja”. O líder religioso morreu em 10 de novembro de 461 e suas relíquias estão na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

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