A Petrobras anunciou, nesta sexta-feira (18), uma nova redução no preço do diesel. O combustível passou a ser vendido com desconto de R$ 0,12 por litro para as distribuidoras. Mesmo com essa segunda queda no valor do diesel ao longo do mês, o preço da gasolina segue inalterado.
De acordo com especialistas, essa política adotada pela Petrobras tem como objetivo “abrasileirar” os preços, evitando o repasse direto das oscilações do mercado internacional do petróleo ao consumidor final. No entanto, essa prática tem gerado críticas quanto à sua falta de clareza.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) destacou que, embora a intenção da estatal seja suavizar os impactos externos, a nova política não é transparente. “Essa nova política de preços, que a Petrobras chama de ‘abrasileiramento dos preços’, não traz ao final do dia nenhum tipo de transparência ou previsibilidade, tanto para o aumento quanto para a diminuição do preço. A queda tem sido feita de maneira acelerada em linha com a queda no exterior; alta não […] cria uma artificialidade de preços no mercado”, afirmou.
Amance Boutin, especialista em combustíveis da consultoria Argus, também comentou a situação. Após conversas com agentes do mercado, ele avaliou que o atual valor da gasolina parece “razoável”. Boutin ressaltou ainda que a safra da cana-de-açúcar pode contribuir para uma maior oferta de etanol, o que tende a pressionar os preços dos combustíveis para baixo.
Segundo ele, existe a possibilidade de um pequeno reajuste negativo no preço da gasolina, com o objetivo de aumentar a competitividade e ampliar a participação do combustível no mercado.