Uma comitiva de políticos e gestores públicos brasileiros deixou o território israelense e cruzou a fronteira com a Jordânia na manhã desta segunda-feira (16), diante da intensificação do conflito entre Israel e Irã. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) confirmou que os integrantes do grupo chegaram em segurança ao país vizinho por via terrestre, em um ônibus fretado.
O deslocamento ocorreu após dias de tensão e alerta máximo na região. A saída foi organizada em meio ao agravamento da crise no Oriente Médio, com sucessivos ataques de mísseis entre os dois países e registros de explosões em cidades como Tel Aviv e Jerusalém. Segundo informações da GloboNews, parte da comitiva deve retornar ao Brasil em um jato particular disponibilizado pelo prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena. Outros membros devem embarcar em voos comerciais com destino ao Rio de Janeiro.
Lista de autoridades brasileiras que deixaram a zona de conflito
A comitiva que atravessou a fronteira incluía prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais. Confira os nomes confirmados:
- Álvaro Damião Vieira da Paz – prefeito de Belo Horizonte (MG)
- Cícero Lucena – prefeito de João Pessoa (PB)
- Welberth Porto – prefeito de Macaé (RJ)
- Johnny Maycon – prefeito de Nova Friburgo (RJ)
- Claudia da Silva – vice-prefeita de Goiânia (GO)
- Janete Aparecida Silva Oliveira – vice-prefeita de Divinópolis (MG)
- Márcio Lobato Rodrigues – secretário de Segurança Pública de Belo Horizonte (MG)
- Davi de Mattos Carreiro – chefe executivo do Civitas (RJ)
- Gilson Chagas – secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ)
- Francisco Vagner Gutemberg de Araújo – secretário de Planejamento de Natal (RN)
- Flavio Guimarães Bittencourt do Valle – vereador do Rio de Janeiro (RJ)
- Francisco Nélio – tesoureiro da CNM
Apenas parte dos integrantes aceitou fazer o trajeto
De acordo com o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, o grupo era composto originalmente por 13 pessoas, mas um dos membros desistiu da travessia devido ao risco de bombardeios. Francisco Vagner Araújo, secretário de Planejamento de Natal, relatou ao portal g1 que, entre 18 brasileiros presentes na missão, apenas 12 decidiram seguir viagem.
“Fomos o primeiro grupo a sair. Alguns brasileiros e os de outros países que estavam com a gente preferiram ficar por receio de fazer esse percurso até a fronteira diante de algum risco de incidentes. Dos 18 brasileiros, viemos 12”, disse.
Outros brasileiros ainda aguardam retirada em meio ao conflito
A Comissão de Relações Exteriores do Senado segue monitorando a situação de outras autoridades brasileiras ainda em Israel. Segundo levantamento da própria comissão, pelo menos 47 representantes de estados e municípios brasileiros permanecem no país. Entre eles estão:
Prefeitos, vice-prefeitos e secretários confirmados em território israelense
- Maryanne Terezinha Mattos – vice-prefeita de Florianópolis (SC)
- Vanderlei Pelizer Pereira – vice-prefeito de Uberlândia (MG)
- Alexandre Aragon – secretário de Segurança Pública de Porto Alegre (RS)
- Verônica Pires – secretária de Inovação de São Luís (MA)
- Paulo Rogério Rigo – secretário de Proteção Civil de Joinville (SC)
- Dilermando Ribeiro Júnior – secretário de Desenvolvimento de Aracaju (SE)
- Outros secretários e membros do Consórcio Brasil Central
O grupo parlamentar Brasil-Israel solicitou à embaixada de Israel um levantamento detalhado sobre brasileiros em situação de risco, incluindo turistas. Há discussões em andamento sobre uma possível operação de resgate organizada pela Força Aérea Brasileira (FAB), caso o conflito se intensifique.
Tensão geopolítica no Oriente Médio cresce com trocas de ataques
Os confrontos entre Israel e Irã se intensificaram desde a última sexta-feira (13). Mísseis foram lançados por ambos os lados, resultando em dezenas de mortos e feridos. O Ministério da Saúde do Irã contabiliza 224 mortes no país, enquanto autoridades israelenses confirmaram 22 vítimas fatais até o momento.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que Israel cometeu um “erro irreversível” ao atacar alvos iranianos, e prometeu retaliação. Já os Estados Unidos, embora tenham demonstrado preocupação com o cenário, negaram envolvimento direto nos ataques e, segundo a imprensa norte-americana, vetaram uma ofensiva mais incisiva israelense contra o Irã.
