Por ENEIDA BONANZA @eneidabonanza
O país mais alegre do mundo agora lidera a depressão na América Latina
O país do samba, do futebol e do abraço apertado está triste.
Enquanto o mundo celebra avanços, o Brasil se afunda em um silêncio que adoece. Segundo a OMS, mais de 11 milhões de brasileiros convivem com a depressão — somos o país mais depressivo da América Latina.
A rotina virou um campo de batalha.
O despertador toca cedo, mas a mente já estava ligada na tela. O trabalho começa antes do café e termina bem depois do expediente. A vida virou notificação. O descanso foi trocado por rolagens infinitas no celular.
O corpo sente.
Comemos pressa, mastigamos culpa, engolimos produtos cheios de química e vazio. O solo está envenenado. Estamos inflamados por dentro e por fora.
E enquanto o corpo grita, a alma se cala.
Nos comparamos nas redes, nos endividamos para caber em um padrão que nem é nosso. Tentamos parecer felizes enquanto por dentro afundamos devagar, mas constantemente.
A saúde mental virou artigo de luxo.
Faltam políticas públicas, falta acolhimento. Quando a dor não sangra, ninguém vê. O que vem da mente ainda é tratado como bobagem. Mas é justamente essa dor invisível que tem paralisado o Brasil.
Não é que perdemos a alegria.
É que estamos cansados. Feridos. Ignorados.
E ainda assim, resistimos.
Há beleza na coragem de pedir ajuda. Há força em se escutar. Há cura quando deixamos de correr e começamos a sentir.
É hora de parar. Respirar. Pedir ajuda.
É tempo de cuidar da mente como cuidamos do corpo.
É tempo de lembrar que o Brasil ainda sabe sorrir — só precisa ser ouvido.
Eneida Bonanza (@dra.eneidabonanza), fisioterapeuta, CEO CHER – Clínica de Saúde Humanizada, especialista em leitura e correções de memórias celulares e reprogramação de padrões mentais e comportamentais.
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