Juramento de confidencialidade abrange todos os que participarão, direta ou indiretamente, do processo para escolher novo papa, segundo o Vaticano. Cardeais também farão esse compromisso. Conclave começa no dia 7.
Médicos, cozinheiros, funcionários de limpeza e ascensoristas também terão que prestar um juramento de segredo para trabalhar no conclave que escolherá o sucessor do papa Francisco, informou o Vaticano nesta terça-feira (29). A ideia é que nenhuma informação vaze durante o conclave, que acontece em 7 de maio na Capela Sistina.
Os 133 cardeais que elegerão o novo papa também prestam o mesmo juramento, segundo o Vaticano. Eles não podem ter nenhum contato com o mundo exterior durante o processo.
Já os funcionários de apoio (veja a lista abaixo) podem deixar a Capela Sistina ao final dos respectivos turnos.
Segundo o Vaticano, são dois os juramentos para a eleição do papa que ocorrem antes do conclave começar:
- Um para os cardeais e demais religiosos, que ocorrerá às 16h30 do dia 7 de maio;
- Outro para os funcionários do Vaticano, chamados de “oficiais e assistentes do conclave”, que ocorrerá na segunda-feira (5).
O juramento está previsto no Ordo Rituum Conclavis, texto oficial da Igreja que dispõe das normas e processos do conclave.
“Prometemos e juramos observar com a máxima fidelidade para com todos, seja clérigo ou leigo, o segredo sobre tudo aquilo que de qualquer modo resguarda a eleição do Romano Pontífice [papa] e sobre aquilo que estiver no lugar da eleição, concernente direta ou indiretamente ao escrutínio; de não violar de modo algum este segredo seja durante, seja depois da eleição do novo pontífice, a menos que não tenha sido concedida autorização explícita do mesmo Pontífice; de não prestar mais apoio ou favor a qualquer interferência, oposição ou outra forma qualquer de intervenção com a qual a autoridade secular de qualquer ordem e grau, ou qualquer grupo de pessoas ou ente querido de interferir na eleição do Romano Pontífice”, afirma trecho do juramento.
Segundo o Vaticano, os “oficiais e assistentes do conclave” são “todos aqueles que forem designados para colaborar no conclave, tanto eclesiásticos quanto leigos, e aprovados pelo cardeal camerlengo Kevin Joseph Farrell e por seus três assistentes”. Entre eles estão:
- Médicos e enfermeiros;
- Sediários pontifícios;
- Eclesiásticos assistentes do camerlengo Farrell;
- Religiosos encarregados da Sacristia Pontifícia e que farão serviços de confissão;
- Responsáveis pelos elevadores do Palácio Apostólico, além de funcionários da cozinha, da limpeza, da floricultura e dos serviços técnicos do Vaticano;
- Encarregados do transporte dos cardeais eleitores (entre a Casa de Santa Marta ao Palácio Apostólico);
- Coronel e major da Guarda Suíça Pontifícia, chefes da segurança papal e do conclave;
- Diretor da segurança e da proteção civil do Vaticano, com alguns colaboradores.
Segundo o Ordo Rituum Conclavis, os 133 cardeais que votarão no conclave também terão que jurar observar “fiel e escrupulosamente” a Constituição apostólica escrita pelo papa João Paulo II, chamada de Universi Dominici Gregis, além de jurar empenhar em realizar fielmente a missão de escolher o novo papa, respeitando “o munus Petrinum, os direitos espirituais e temporais e a liberdade da Santa Sé”.