O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a eleição dos novos presidentes das comissões parlamentares acontecerá na próxima semana, independentemente de um acordo entre os partidos. A decisão foi tomada após uma reunião com os líderes partidários nesta quinta-feira (13). Inicialmente, Motta pretendia resolver o impasse sobre as comissões durante a reunião, mas diante da falta de consenso, decidiu adiar a definição para quarta-feira (19).
Apesar da decisão, o presidente da Câmara ainda tentará mediar um entendimento entre os partidos na reunião de líderes agendada para terça-feira (18). Caso não seja alcançado um acordo, Motta afirmou que seguirá o Regimento Interno da Casa, que leva em consideração o tamanho das bancadas. Cada partido terá, pelo menos, a presidência de uma comissão. As principais divergências giram em torno da presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e do veto do PT à indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (SP), do PL, para comandar a Comissão de Relações Exteriores. O PT questiona a indicação devido a uma queixa-crime apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que pede a retenção do passaporte de Bolsonaro, em razão de suas atividades junto ao governo dos Estados Unidos.
Em relação a esse impasse, o presidente da Câmara afirmou que não interferirá nas escolhas do PL, que possui a maior bancada federal. O Regimento Interno dá prioridade para as maiores bancadas nas comissões, permitindo-lhes liberdade para escolher seus indicados. O PT, por sua vez, buscará a presidência das comissões de Educação e Direitos Humanos, enquanto o PL tem interesse nas comissões de Saúde, Segurança Pública e Minas e Energia. O PP, por sua vez, deve pleitear o comando das comissões de Agricultura e Viação e Transportes.
Além disso, persiste uma disputa entre o União Brasil e o MDB pela presidência da CCJ. Para tentar resolver essa questão, o deputado Isnaldo Bulhões, do MDB de Alagoas, poderá ser indicado como relator do projeto de lei orçamentária de 2026.