Vivemos em um mundo onde o tempo é um luxo cada vez mais escasso. A sociedade do fast food, dos vídeos de 15 segundos e das fast fashions nos empurra para uma realidade onde tudo é para ontem. Não há respiro entre uma demanda e outra, e a sensação de urgência é quase um estado permanente.
Quem nunca se pegou dizendo que está “correndo contra o tempo”? É como se tivéssemos que ser super-humanos, constantemente adaptando nossos corpos e mentes a um ritmo frenético. O problema é que não somos feitos de aço. Nosso corpo e mente não foram projetados para viver no modo turbo 24 horas por dia, sete dias por semana. A consequência? Stress mental, exaustão física, burnout – e tudo isso com um toque de “culpa por não estar fazendo o suficiente”. As demandas são tantas que muitas vezes nos cobramos por não conseguir lidar com elas. Pois é, um reflexo claro dessa mentalidade do “agora ou nunca”.
Esses dias, li sobre o teorema de Eisenhower – sim, o famoso estrategista militar e ex-presidente dos EUA. Ele nos deixou um legado simples, mas poderoso: saber o que é realmente urgente e o que pode esperar. Aliás, vale a pena dar um Google e começar a aplicar na sua vida pra ontem! Mas, calma… talvez não para ontem.
Talvez a grande lição aqui seja, justamente, desacelerar um pouco e perceber que não precisamos fazer tudo ao mesmo tempo. Vivemos numa era em que se romantiza a exaustão. Ser produtivo virou sinônimo de estar sempre ocupado, e ultrapassar limites se tornou um mantra. Trabalhar até tarde, acordar cedo, manter-se sempre “on”, como se a vida fosse uma maratona sem linha de chegada. Acontece que essa cultura do cansaço não é sustentável. E, mais importante, não deveria ser motivo de orgulho. É por isso que, em pleno 2025, talvez o verdadeiro ato revolucionário seja parar. Sim, desacelerar, respirar e, quem sabe, até meditar. Porque só quando olhamos para dentro, quando nos permitimos uma pausa, é que conseguimos recarregar as energias para seguir em frente.
E vamos combinar, ninguém consegue correr uma maratona para sempre. Então, que tal ser revolucionário e, ao invés de apertar o acelerador, simplesmente… pausar?
Sobre a autora: Fernanda Chaves é advogada, Especialista em Direito Eleitoral, atua com consultoria jurídica a diversas Câmaras e Prefeituras, ex-Procuradora Geral do Município e Membro e Pesquisadora do LiderA (Grupo de Pesquisa sobre Liderança Feminina na Política nos Espaços de Poder do IDP – Brasília), formada pelo RENOVA BR e escritora nas horas vagas.