PSDB busca novo fôlego com incorporação do Podemos e mira federação com Republicanos
Em meio a um cenário de reestruturação interna e tentativa de recomposição de força política, o PSDB articula um novo movimento no xadrez partidário brasileiro. Após a dissolução da federação com o Cidadania, os tucanos avançam agora para uma incorporação do Podemos, sinalizando ainda a possibilidade de uma federação com o Republicanos. As movimentações têm reflexos diretos na Bahia e podem alterar significativamente a composição de bancadas no estado e em Brasília.
Segundo apuração do Bahia Notícias junto a lideranças envolvidas nas tratativas, as conversas com o Podemos estão em estágio avançado e a união entre as duas legendas já tem formato definido: a nova sigla deve adotar provisoriamente o nome PSDB-Podemos até as eleições de 2026. Ainda assim, lideranças consideram a adoção de um novo nome no médio prazo, com sugestões como “Moderados” ou “Independentes” sendo ventiladas nos bastidores.
Na Bahia, o novo partido formado por PSDB e Podemos reuniria inicialmente quatro deputados estaduais: Laerte do Vando (Podemos), Tiago Correia (PSDB), Paulo Câmara (PSDB) e Jordávio Ramos (PSDB). Em Brasília, a representação contaria com dois deputados federais: Adolfo Viana (PSDB) e Raimundo Costa (Podemos).
Entretanto, o movimento de incorporação é apenas uma parte do plano tucano. Uma federação mais ampla está sendo debatida, desta vez com o Republicanos. Caso essa articulação avance, a base do novo grupo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) poderia subir para sete deputados estaduais, com a adesão de José de Arimateia, Samuel Jr. e Juraílton Santos. Já na Câmara dos Deputados, o número de parlamentares federais vinculados ao grupo alcançaria cinco, com a inclusão de Márcio Marinho, Rogéria Santos e Alex Santana, todos do Republicanos.
O nome do presidente da Câmara, Arthur Lira, não aparece diretamente nas articulações, mas fontes ligadas ao Republicanos apontam o deputado Hugo Motta (PB) como uma das figuras centrais nas costuras para essa possível federação. A ideia, segundo aliados, é construir um bloco de centro com viés moderado, que possa ter competitividade tanto em 2026 quanto em negociações com futuros governos, independente do resultado eleitoral.
Apesar de especulações sobre uma eventual fusão com o PSD, liderado por Gilberto Kassab, o cenário parece mais distante. Kassab já declarou haver “travas” para o avanço das negociações e defende que o PSDB siga o caminho da incorporação de legendas menores. Ainda assim, os tucanos mantêm canais abertos com outras siglas, como o MDB e o próprio Republicanos.
Na Bahia, o PSDB é comandado pelo deputado estadual Tiago Correia, enquanto Adolfo Viana, presidente da atual federação PSDB-Cidadania no estado, tem sido uma peça-chave nas articulações nacionais. Já o Podemos tem como principal liderança no estado o ex-deputado Heber Santana, que recentemente reassumiu o comando da legenda após um período de afastamento.
Com esse novo movimento, o PSDB tenta se reposicionar num cenário político fragmentado, enfrentando o desafio de se manter relevante diante da ascensão de siglas com maior capilaridade regional e melhor desempenho nas últimas eleições. A busca por uma nova identidade e base de apoio sólida pode definir o futuro da legenda nos próximos ciclos eleitorais.