O Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca disse em comunicado que os gastos discricionários não relacionados à defesa seriam reduzidos em 23%, o nível mais baixo desde 2017.
O governo do presidente Donald Trump apresentou nesta quinta-feira (1º) uma proposta orçamentária que busca reduzir em US$ 163 bilhões os gastos federais para o próximo ano fiscal. A medida, considerada uma das mais significativas de sua administração, propõe cortes profundos nos gastos discricionários não relacionados à defesa, além de aumentos substanciais nos investimentos em segurança e defesa.
De acordo com o comunicado divulgado pelo Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca (OMB, na sigla em inglês), o orçamento prevê uma redução de 23% nos gastos discricionários não militares. Se aprovado, esse corte levará os níveis de financiamento ao patamar mais baixo desde 2017, impactando áreas como educação, saúde, meio ambiente e infraestrutura.
Por outro lado, o governo planeja um aumento de 13% nos gastos com defesa, consolidando uma política de priorização da segurança nacional. Os custos com segurança interna também receberiam um incremento significativo, estimado em quase 65%, refletindo a ênfase do presidente Trump em reforçar o controle de fronteiras, a vigilância e a aplicação da lei.
A proposta é vista como uma tentativa de alinhar os gastos federais à agenda conservadora da administração, focada na redução do tamanho do governo em áreas civis e no fortalecimento da presença militar e de segurança. Críticos argumentam que os cortes podem agravar desigualdades sociais e comprometer programas essenciais, enquanto apoiadores destacam a importância de priorizar a defesa e a segurança em um cenário global instável.
O plano ainda precisa ser analisado pelo Congresso, onde provavelmente enfrentará resistência, especialmente de legisladores democratas, que já expressaram preocupações sobre os impactos nos serviços públicos e no bem-estar da população. O orçamento proposto também reacende debates sobre a sustentabilidade fiscal, em meio a um contexto de aumento da dívida pública dos Estados Unidos, que atualmente ultrapassa os US$ 36 trilhões.
O governo defende que as medidas são necessárias para garantir a segurança do país e conter o crescimento da dívida, mas analistas alertam para possíveis efeitos adversos na economia e nos serviços prestados à população. A proposta deve alimentar um intenso debate político nas próximas semanas, com implicações que vão além das fronteiras americanas.