quarta-feira, dezembro 17, 2025
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Alzheimer não é envelhecer: fisioterapeuta explica os primeiros sinais e a importância do diagnóstico

Entender, identificar e agir desde os primeiros sinais é fundamental

O Alzheimer é a forma mais frequente de demência — um conjunto de condições que afetam memória, raciocínio e comportamento. Nos últimos anos, avanços científicos têm revelado que a doença é muito mais complexa do que se imaginava. Além do acúmulo das proteínas beta-amiloide e tau, há também a participação do sistema imunológico, do metabolismo e de processos inflamatórios que ocorrem até fora do cérebro.
Essas descobertas reforçam que o Alzheimer não é uma consequência natural do envelhecimento, mas uma condição que precisa ser identificada e acompanhada desde cedo.

Primeiros sinais: quando o esquecimento deixa de ser normal

Os sintomas iniciais costumam aparecer de forma discreta: esquecimentos fora do comum, repetição de perguntas, perda de objetos, dificuldade em planejar tarefas simples e alterações no humor, no sono ou na forma de se relacionar.
O ponto de atenção está em perceber quando esses esquecimentos começam a interferir na rotina e na autonomia da pessoa. Esse é o momento ideal para procurar avaliação médica. O diagnóstico precoce permite planejar o cuidado e preservar a qualidade de vida.

Nem todo esquecimento é Alzheimer

Segundo especialistas, nem todo esquecimento significa demência, e nem toda demência é Alzheimer. Há diferentes tipos e causas, como a demência vascular e a frontotemporal, algumas com tratamento reversível.
Por isso, o diagnóstico correto — feito por um especialista e apoiado por uma equipe multidisciplinar — é essencial para definir estratégias de cuidado e orientar a família de forma segura.

A prática clínica e o olhar integrado

A fisioterapeuta Paloma Moreira, que atua na área motora e cognitiva aplicada ao envelhecimento, destaca que o acompanhamento começa com escuta e observação.

“Na primeira visita, procuro entender o que mudou, o que a família tem percebido e como está a rotina do idoso. Depois, realizo uma avaliação funcional completa, com testes cognitivos, equilíbrio e marcha”, explica.

Quando há sinais de comprometimento cognitivo ou motor, Paloma orienta a busca por avaliação médica com geriatra ou neurologista. A partir do diagnóstico, é elaborado um plano de tratamento que envolve médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo e o apoio constante da família.
A profissional também destaca a importância de ambientes externos nos atendimentos domiciliares:

“Levar o idoso a praças, áreas verdes ou até à orla da praia estimula os sentidos, favorece o equilíbrio e melhora o bem-estar emocional.”

O movimento como linguagem

A fisioterapia tem papel essencial no cuidado de quem convive com Alzheimer. Os exercícios regulares melhoram força, equilíbrio, mobilidade e também impactam positivamente a cognição e o humor.

“Na minha experiência, o movimento é uma linguagem que permanece mesmo quando a memória falha. Muitos pacientes que já não lembram nomes ainda reconhecem gestos, músicas ou caminhos do corpo”, relata Paloma.

O desafio e o papel das famílias

Receber o diagnóstico de Alzheimer é sempre um momento delicado. As famílias costumam passar por fases de medo e negação até compreender que é possível viver bem com a doença, desde que haja suporte adequado.
A fisioterapeuta reforça que cuidar de quem tem Alzheimer também é cuidar de quem cuida. A informação, o acolhimento e o apoio emocional são fundamentais para garantir qualidade de vida a todos os envolvidos.

“O bem-estar do cuidador precisa ser olhado com o mesmo carinho e atenção”, conclui.

Paloma Moreira é fisioterapeuta com atuação motora e cognitiva aplicada ao envelhecimento. Atua na prevenção de lesões e no cuidado de idosos e pessoas com demência, com atendimentos domiciliares em Salvador e região. Busca integrar movimento e estímulos sensoriais em ambientes externos como praças, áreas verdes ou à beira-mar para promover bem-estar e engajamento nas terapias. Compartilha reflexões e conteúdos sobre envelhecimento ativo e qualidade de vida no Instagram @palomamoreira988

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