domingo, agosto 3, 2025
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Recife sedia roda de histórias gratuita com experiência sensorial sobre cultura afro-indígena

Evento em comemoração ao projeto de tradição oral “Histórias do Meu Povo”, acontece neste sábado (26/7), no espaço O Poste Soluções Luminosas, bairro da Boa Vista, no Recife. A programação  é gratuita

O cheiro de folhas amassadas, o aroma quente de café passado na hora e flores do campo espalhando seu perfume pelo ambiente. Tapetes coloridos, bancos rústicos e objetos antigos compõem um cenário que parece sussurrar memórias. É em meio a esse cenário que a contadora de histórias Roma Julia receberá o público para celebrar os dez anos do projeto “Histórias do Meu Povo”, neste sábado (26/7), no espaço O Poste Soluções Luminosas, bairro da Boa Vista, no Recife, no horário das 16h às 17h. A programação é gratuita. Os ingressos estão disponíveis na  plataforma Sympla

Mais do que ouvir histórias, crianças e adolescentes serão convidados a vivenciar uma imersão sensorial que desperta o olfato, a visão, a audição e até o tato, aproximando-os das narrativas afro-brasileiras e africanas que são marcas do espetáculo. A proposta, que dialoga com o Julho das Pretas, valoriza a memória do povo preto periférico e celebra o protagonismo das mulheres negras na transmissão de saberes ancestrais.

Desde 2015, “Histórias do Meu Povo” se distingue por transformar a contação de histórias em uma experiência multissensorial. Ao longo da narração, aromas sutis de folhas, flores e café são liberados no espaço, criando uma atmosfera que transporta o público para quintais de infância, terreiros de orixás e margens de rios onde as lavadeiras cantavam.

A ambientação inclui, ainda, quadros e objetos do cotidiano nordestino e afro-indígena, além de uma trilha sonora que ecoa os cantos dos ancestrais, que ajudam a prender e envolver a atenção do público infanto-juvenil. A intenção é que cada pessoa, inclusive aquelas com deficiência visual, sinta-se plenamente imersa na história.

“O espetáculo foi pensado para que as memórias não fiquem só nas palavras, mas também no ar que se respira, nos sons e nas cores que nos cercam. É uma forma de narrar com o corpo inteiro”, explica Roma Julia.

A roda de histórias integra as ações do Julho das Pretas, movimento que enaltece a luta e as conquistas das mulheres negras no Brasil. Como pedagoga e artista, Roma Julia traz para o centro da cena a força das narradoras que, geração após geração, preservaram histórias de resistência, pertencimento e afeto.

Suas narrativas transitam entre os contos indígenas, os itãs dos orixás e as histórias de mulheres negras que moldaram a vida nas periferias do Nordeste. Ao unir memória e sensorialidade, o espetáculo fortalece o vínculo das novas gerações com suas raízes.

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