O número de MEIs e de pessoas que empreendem têm crescido gradativamente no Brasil e, em contrapartida, também há o aumento do número de empresas que estão falindo ou mergulhadas em dívidas. De acordo com o Serasa, em janeiro de 2025, o número de companhias inadimplentes chegou a 7,1 milhões, o maior valor já registrado desde o início da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Esse total representa 31,4% das empresas existentes no país. O valor das dívidas somadas chegou a R$154,9 bilhões, um aumento de R$4,3 bilhões em relação a dezembro de 2024. Em média, cada CNPJ teve cerca de 7,2 contas negativadas no período.
Apesar dos números assustadores, o declínio das empresas não costuma acontecer de uma hora para outra. De acordo com o especialista em contabilidade e tributos, Alison Santana, há um sintoma claro que aponta a queda de um negócio. “O primeiro sinal de que uma empresa não vai bem é quando ela não consegue pagar os próprios custos e despesas. Esse é um grande sinal de uma empresa que vem com dificuldade em sua manutenção”, explicou.
Para entender melhor como anda a saúde financeira de uma empresa é necessário avaliar o caixa. “Eu costumo dizer que faturamento é vaidade e caixa é realidade. Não adianta às vezes a empresa ter um grande faturamento, mas não ter dinheiro em caixa. E para você galgar grandes negócios, buscar grandes oportunidades, nada melhor do que um caixa bem saudável e robusto, para que você opere seu negócio”, prosseguiu o contador.
Alison declarou que um dos principais motivos de endividamento da empresa é o desmembramento do que pertence ao dono e do que pertence à empresa. Segundo o contador, muitos empresários não têm o hábito de fazer essa separação. Outros fatores também afetam, como a falta de investimento, falta de novos negócios, negociação com fornecedores e, acima de tudo, a concorrência.
Mas a boa notícia é que, em muitos casos, tem solução. Mesmo endividada, uma empresa pode se recuperar. “Existem diversas maneiras, mas a primeira e grande alternativa é entender qual é a sua dívida e saber qual a realidade dela. Saber quais têm juros maiores, negociar com aqueles que são possíveis, principalmente também os impostos, fazer negociações para que você primeiro tenha um fôlego. A primeira atitude é essa para que você tenha uma sobra no caixa, pois uma vez que você tem dívida, você tem falta de recurso e de caixa. Então tendo caixa, você toma decisões e melhora o seu posicionamento”, declarou Alison.
Quais dicas para manter a saúde financeira da sua empresa?
Alison destaca que é importante dialogar com as finanças para fugir do vermelho. “Tenha uma conversa com suas finanças e entenda o que é o dinheiro que está em sua conta. Tenha controle rígido sobre custos, enxugue despesas. A grande possibilidade para você manter sua empresa saudável é entender qual a sua capacidade financeira”, concluiu o especialista.