sexta-feira, setembro 12, 2025
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Mulheres trocam CLT pelo próprio negócio em busca da autonomia financeira e tempo livre

Muitas brasileiras optam por deixar a estabilidade da CLT para empreender, em um movimento crescente e respaldado por números. Segundo pesquisa da Mastercard e da Opinium Research, divulgada em 2025, revela que 80% das mulheres, no Brasil, já consideraram abrir ou administrar um negócio próprio, mas 53% ainda não conseguiram dar o primeiro passo, sendo a falta de financiamento citada como principal barreira por 37% delas. 

A quebra de estereótipos na sociedade brasileira é relevante. Dados do Sebrae apontam que o Brasil atingiu 10,3 milhões de mulheres donas de negócios em 2022, o que representa um crescimento de 30% em relação a 2021 e recorde desde 2016. Ainda de acordo com o GEM, mulheres representam 46% dos empreendedores iniciais no país, sendo que 40% planejam criar de uma a cinco vagas de trabalho, mostrando seu potencial gerador de renda e impacto econômico. O panorama mostra uma transição para um protagonismo na economia real.

Mesmo diante desse avanço, muitas desigualdades persistem. Uma das maiores disparidades está no rendimento delas. Dados do Sebrae, com base na PNAD Contínua, revelam que o rendimento médio das empreendedoras no 4º trimestre de 2024 foi de R$ 2.867, ou seja, 24,4% inferior ao dos homens empreendedores. Essa diferença salarial aponta para desafios estruturais, que afetam principalmente as mulheres após a maternidade, somado à sobrecarga doméstica até a menor visibilidade de acesso a investimentos. 

No entanto, mulheres como Jeane Seixas, sócia-diretora da Clínica Day Fono, exemplificam como foi possível contornar essas barreiras com uma visão clara de impacto profissional. Antes de se tornar uma empreendedora de sucesso, ela investiu em uma carreira sólida no mercado financeiro, no qual atuou por 15 anos e conquistou certificações de destaque, como CPA-10, CPA-20 e ANCOR, emitidas pela ANBIMA, além de se especializar em Auditoria em Serviços e Sistemas de Saúde.

Ela ressalta que, após deixar o setor financeiro, direcionou sua experiência para a saúde com uma visão estratégica voltada ao cuidado clínico. Sua decisão também esteve ligada à gestão de tempo, pois, como mãe, escolheu valorizar momentos preciosos ao lado dos filhos, acompanhando de perto cada etapa do crescimento deles, um privilégio que não teria na condição de CLT. Essa escolha revela não apenas coragem, mas também sensibilidade em alinhar carreira e maternidade. Jeane conquistou ainda certificações em metodologias terapêuticas e instrumentos de intervenção reconhecidos internacionalmente, como ABA, Denver (ESDM), VB-MAPP, Integração Sensorial e Seletividade Alimentar.

Muito mais do que histórias individuais, a conquista de mulheres empreendedoras representa relevância econômica e social. Segundo o GEM 2023, entre os 47,7 milhões de potenciais empreendedores até 2026, 54,6% são mulheres, maior participação proporcional registrada, invertendo o domínio masculino de anos anteriores. O cenário reforça que a independência profissional desafia normas, mas cria novas dinâmicas de crescimento, inovação e inclusão.

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