A partir de 11 de abril, cidadãos canadenses que visitarem os Estados Unidos por mais de 30 dias terão que se apresentar às autoridades e fornecer suas impressões digitais, conforme anunciou o governo americano nesta quarta-feira (12). A medida foi divulgada pelo Registro Federal dos EUA em meio a crescentes tensões comerciais entre os dois países.
De acordo com o Departamento de Segurança Nacional, estima-se que entre 2,2 e 3,2 milhões de canadenses sejam afetados pela nova exigência. A mudança terá um impacto particular sobre os aposentados canadenses, conhecidos como “aves migratórias”, que passam os meses de inverno em estados do sul dos Estados Unidos, como Flórida, Texas e Carolina do Sul. A população de canadenses nesta situação é estimada em cerca de 900 mil.
Esta decisão ocorre em um contexto de crescente deterioração nas relações bilaterais, que se agravaram desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, em janeiro de 2017. O anúncio também coincide com a implementação de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio canadenses, que começaram a vigorar na mesma data e são vistas como um golpe duro para a economia canadense. O Canadá também enfrenta tarifas adicionais sobre uma série de outros produtos.
Além disso, o presidente Trump já fez comentários polêmicos sobre o Canadá, sugerindo em ocasiões anteriores que o país poderia se tornar o “estado 51” dos Estados Unidos, uma afirmação considerada por alguns como uma provocação, enquanto outros interpretam como uma ameaça velada de anexação.
Essas medidas e declarações refletem a crescente tensão nas relações entre os dois países, que tradicionalmente compartilham laços estreitos de comércio, segurança e cultura.