sábado, outubro 18, 2025
Banner
HomeBahiaBahia já viveu uma das maiores tragédias com metanol no país. Entenda.

Bahia já viveu uma das maiores tragédias com metanol no país. Entenda.

Por Redação Fato Bahia

O Brasil volta a registrar casos de intoxicação por metanol, uma substância altamente tóxica usada em combustíveis e solventes industriais. Mas, para muitos baianos, essa notícia traz à tona um passado doloroso: o estado foi palco de uma das maiores tragédias já provocadas por bebidas adulteradas no país. Os últimos acontecimentos acendem um alerta.

Na semana passada, em Serrinha, o alerta veio de uma funerária

Sete anos depois, o perigo voltou a aparecer — dessa vez, em Serrinha. O dono de uma funerária percebeu algo estranho: em apenas uma semana, vendeu 11 caixões para famílias de vítimas que haviam consumido uma cachaça artesanal chamada “Pé No Pote”.

A denúncia levou a Vigilância Sanitária municipal a investigar o caso. Os exames laboratoriais confirmaram a presença de metanol, e mais de 2 mil litros da bebida foram apreendidos em bares e depósitos.

Santo Amaro, 1990: quando o drama ganhou rosto e número

Tudo começou em 1990, no município de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. O consumo de bebidas contaminadas com metanol resultou em 16 mortes confirmadas e 60 pessoas intoxicadas, segundo dados da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

O episódio chocou a cidade. Muitas vítimas ficaram com sequelas permanentes, como cegueira e surdez. Em resposta, a prefeitura chegou a proibir temporariamente a venda de bebidas alcoólicas, enquanto as investigações apontavam para uma fábrica clandestina como origem da contaminação.

Em 1999: 500 vezes mais metanol que o permitido

O ano de 1999 marcaria o auge da crise. Em cidades como Serrinha, Nova Canaã, Dário Meira e Iguaí, 36 pessoas morreram e ao menos 300 foram intoxicadas após consumirem cachaça adulterada.

As análises apontaram uma concentração de metanol 500 vezes superior ao álcool etílico. As vítimas apresentavam sintomas graves — cegueira, tontura, pressão alta e fortes dores de cabeça.

As investigações revelaram a existência de fábricas clandestinas, incluindo uma em Iguaí, onde a cachaça era produzida em tonéis plásticos que antes armazenavam o próprio metanol. A repercussão foi nacional. Três pessoas foram presas e várias barracas e mercados foram interditados.

A população precisa ficar atenta aos sintomas de intoxicação

Mais de vinte anos depois, os casos recentes em outras regiões do país mostram que o risco ainda é real. O metanol não tem cheiro nem gosto perceptível, o que torna quase impossível detectar sua presença em bebidas artesanais.

A história da Bahia serve como alerta e lição: por trás de uma garrafa aparentemente inofensiva, pode estar um veneno fatal. E o preço do descuido pode ser a vida.

Principais sintomas (podem surgir entre 12 e 24 horas após ingestão):

  • dor abdominal;
  • visão alterada;
  • confusão mental;
  • e náusea.
  • a manutenção dos sintomas de embriaguez de 6 a 72h após o início dos sintomas caracteriza suspeita de intoxicação por metanol.

Esses sinais podem ser confundidos com os de uma ressaca comum. Por isso, ao identificá-los, a pessoa deve procurar imediatamente atendimento médico em uma unidade de emergência.

Na chegada ao serviço de saúde, é essencial informar:

  •  que houve consumo de bebida alcoólica;
  •  o contexto (por exemplo, festa, bar, evento);
  •  o tipo de bebida ingerida;
  •  a presença ou não de rótulo na embalagem;
  •  o horário aproximado da ingestão. 

Essas informações ajudam na investigação, no diagnóstico e no tratamento adequados.

Em caso de dúvida, busque atendimento no sistema de saúde mais próximo.

RELATED ARTICLES

Deixe uma resposta

Por favor insira seu comentário!
Por favor insira seu nome aqui

- Advertisment -spot_img

Most Popular

Recent Comments

Eleonora Santos Chaves Em Morango do amor: muito mais que uma trend